Um levantamento realizado pelo movimento ModaComVerso, liderado pela Associação
Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), organização que congrega redes nacionais e
internacionais de varejo de moda, mostra o movimento de consciência do consumidor do
impacto de suas escolhas e a tendência de questionamento das empresas sobre seu
papel social.
No caso de marcas envolvidas em denúncia ou acusação sobre causas sociais, cerca de
80% dos entrevistados afirmam que deixariam de adquirir determinado produto. Outros
76% estão dispostos a pagar um pouco a mais em produtos de empresas
comprometidas com causas socioambientais e 48% deles afirmam ter preferência por
produtos de empresas da indústria têxtil que apoiam causas — sendo o combate ao
racismo a de maior relevância para os brasileiros, seguida do combate ao trabalho
forçado.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a consultoria Cause.
Por meio de um questionário quantitativo online, foram coletadas informações de 1000
pessoas com 16 anos ou mais que compraram roupas nos últimos 6 meses, com
paridade de gênero. Metade dos entrevistados pertencem à classe C.
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O ModaComVerso, que reúne 3.715 fornecedores e 16 organizações da sociedade civil,
surgiu em setembro de 2021 e parte do pressuposto de que, ao adquirir um produto de
determinada marca, o consumidor contribui diretamente com a manutenção de uma
cadeia produtiva socialmente responsável.
A iniciativa ModaComVerso também reúne 17 varejistas concorrentes: C&A, Renner,
Marisa, Riachuelo, Pernambucanas, Calvin Klein, C&A, Bobô, Carrefour, Dafiti, Dudalina,
Individual, John John, Le Lis Blanc, Loungerie, Restoque SA, Rosa Cha e YouCom.
O projeto tem o propósito de aproximar os consumidores daquilo que seriam as “boas
práticas” das empresas têxteis, buscando destacar, por exemplo, empresas ou marcas
que não têm histórico de trabalho análogo ao escravo, infantil e com contratação
irregular de estrangeiros.
Estas práticas são garantidas a partir das auditorias realizadas pelo Programa ABVTEX,
que foi criado em 2010 e já realizou mais de 46,5 mil auditorias em 636 municípios e 17
estados brasileiros. Premiado pela Prefeitura de São Paulo com o Selo de Direitos
Humanos e Diversidade, o programa é considerado a primeira iniciativa brasileira de
combate ao trabalho escravo reconhecida pelo Modern Slavery Map, que mapeia
regional e quantativamente a escravidão moderna no mundo.
Fonte/Reprodução: Meio & Mensagem